A condromalácia patelar é muito conhecida pelos praticantes de esportes, principalmente nas academias. A condromalácia deriva dos termos chondro – cartilagem, e malattia – doença. Portanto a condromalácia patelar acomete a cartilagem da patela.
A cartilagem da patela é a cartilagem mais espessa do corpo humano. Esta cartilagem é submetida a grandes pressões, principalmente ao realizar atividades de impacto. Ao correr, saltar, subir e descer escadas a pressão sobre a cartilagem da patela pode corresponder a mais de cinco vezes o peso do corpo. O mesmo ocorre com determinados exercícios na academia, como o leg press, a cadeira extensora, o agachamento, spinning, entre outros.
A classificação mais usada para condromalácia patelar é a classificação de Outerbridge, que se baseia na profundidade da lesão de cartilagem:
Grau I: a cartilagem está amolecida no local, porém não há defeito ou irregularidade na cartilagem.
Grau II: há irregularidades superficiais, como fibrilações na cartilagem.
Grau III: há uma erosão ou defeito na cartilagem, que acomete parcialmente a espessura da cartilagem
Grau IV: a lesão acomete toda a espessura da cartilgem, expondo o osso subcondral.
Esta classificação de condromalácia patelar é muito usada em exames de ressonância magnética.
Existem várias causas relacionadas a condromalácia, entre elas:
Excesso de treinamento
Erro na técnica de execução dos exercícios
Peso excessivo nos aparelhos de musculação
Encurtamento muscular por falta de alongamento
Desequilíbrios musculares
Joelho valgo (em “X”)
Patela alta
Predisposição genética a problemas de cartilagem
O tratamento da condromalácia é, via de regra, não operatório, através da correção dos fatores causais expostos acima, sendo necessário, em alguns casos, exercícios específicos para corrigir encurtamento muscular, falta de alongamento e gesto esportivo.
Atualmente há no mercado diversos suplementos para a cartilagem, incluindo glicosamina, condroitina, peptídeos de colágeno, ácido hialurônico, entre outros. Estes suplementos fortalecem a cartilagem existente, porém não regeneram a cartilagem nas áreas lesionadas.
Outra opção de tratamento é a viscosuplementação, que é a infiltração de ácido hialurônico diretamente no joelho para repor o líquido sinovial, lubrificante natural das articulações. Existem diversas opções, sendo as melhores compostas por ácido hialurônico de alto peso molecular, que tem resultado melhor e mais duradouro, além de necessitar de apenas uma aplicação. O efeito tem durabilidade de seis meses a um ano, ou até mais. Os medicamentos são úteis para reduzir os sintomas e preservar a cartilagem, mas não fazem a cartilagem regenerar.
É possível regenerar a cartilagem? Atualmente sim, através de algumas técnicas cirúrgicas, como uso de membranas de colágeno, microfraturas ou nanofraturas, transplante de condrócitos ou transplante de cartilagem. Estas cirurgias são eficazes em casos que apresentam dor e não apresentam melhora com outros tratamentos.
O mais importante com relação a condromalácia é a prevenção, pois a cartilagem apresenta uma capacidade limitada de regeneração, e lesões maiores e mais profundas tendem a não se recuperar.
O tratamento cirúrgico destas lesões é indicado apenas para as lesões maiores, profundas, em pacientes que permanecem sintomáticos mesmo após o tratamento não operatório.
Se você apresenta dor persistente nos joelhos, consulte um ortopedista especializado em lesões esportivas do joelho.
Tenho condromalacia fiz tratamento de um ano com fisioterapia e reforço muscular , voltei a correr e estou me sentindo bem , só que faço reforço duas vezes por semana .
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Tenho condromalacia fiz tratamento de um ano com fisioterapia e reforço muscular , voltei a correr e estou me sentindo bem , só que faço reforço duas vezes por semana .